Ensaio de Proficiência: como implantar esta rotina em seu laboratório?

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Neville Fusco

Neville Fusco

Os programas de ensaio de proficiência são uma maneira efetiva de comprovar a validade dos resultados e um meio de comparação do laboratório com seus pares.

Isso é importante porque a ISO 17025 tem por objetivo promover a confiança na operação de laboratórios, para que sejam competentes e gerem resultados válidos.

Os resultados obtidos na participação de programa de ensaios de proficiência são fundamentais para a melhoria dos processos e do sistema de gestão do laboratório.

Mas, como garantir que o resultado gerado por um laboratório é válido? O item 7.7 Garantia da Validade de Resultados, traz alguns requisitos que o laboratório precisa cumprir, entre eles a participação em ensaio de proficiência.

Neste artigo, vamos aprofundar nosso entendimento a respeito desta importante ferramenta para laboratórios.

O que é o ensaio de proficiência?

Ensaio de proficiência é uma avaliação de desempenho do laboratório contra critérios preestabelecidos por meio de comparação interlaboratoriais. Esta definição está disponível no item 8.3.7 do documento orientativo do INMETRO, DOQ-CGCRE-020.

Um Programa de Ensaio de Proficiência (PEP) é uma comparação técnica de resultados entre laboratório em relação a uma referência conhecida. Para isso, técnicas estatísticas são utilizadas para avaliar e comparar os resultados entre os laboratórios e entre a referência.

Essa comparação permite identificar inconsistências em métodos de medição dos laboratórios como também da avaliação da incerteza de medição. Com essa análise é possível reconhecer inconsistências até na forma de apresentação de resultados fornecidos pelos laboratórios.

Por que implantar o ensaio de proficiência no seu laboratório?

A participação em PEPs é fundamental para que os laboratórios possam avaliar seus resultados em relação aos seus pares. Além de ser um requisito obrigatório para a acreditação junto ao CGCRE/INMETRO, tanto para a Rede Brasileira de Calibração (RBC) quanto para a Rede Brasileira de Laboratório de Ensaios (RBLE).

Um dos maiores benefícios que um laboratório tem ao participar de um PEP é conseguir comparar sua incerteza e resultado declarado ao mercado. Assim, ele pode avaliar seu nível de qualidade em relação aos seus pares, identificando a necessidade de melhorias ou diferenciais que possui.

A obtenção de resultados aceitáveis na participação de PEPs, por um laboratório, é uma evidência clara de sua competência técnica em um escopo definido.

Os resultados ajudam a mostrar que o laboratório possui um método de calibração e equipamentos adequados. Também contribui para demonstrar que a organização tem consistência na avaliação e declaração da incerteza de medição.

Melhorando a validade dos resultados

Quando um laboratório participa de um PEP e os resultados são satisfatórios não é necessária nenhuma ação. No entanto, quando os resultados são insatisfatórios, algo precisa ser feito.

Um resultado insatisfatório indica a necessidade de melhoria no processo. Pode ser no método de calibração, no equipamento utilizado, na capacitação da equipe, na avaliação da incerteza de medição ou em todos eles.

Orienta-se que o laboratório abra uma ação corretiva para investigar a causa do problema que gerou o resultado insatisfatório. Além disso, é aconselhado que sejam implementadas ações para melhorar seus processos e resultado.

Como forma de evidenciar que as ações foram efetivas, recomenda-se que o laboratório participe de um novo Programa de Ensaio de Proficiência.

Ensaio de Proficiência e acreditação de Laboratórios

A participação em PEP é um requisito previsto na norma ISO 17025 e na Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE) para que um laboratório conquiste sua acreditação.

O documento normativo do CGCRE, NIT-DICLA-026, estabelece critérios e requisitos que o laboratório postulante à acreditação deve cumprir.

O documento define prazos para realização dos PEPs, necessidade de planejamento, comprovação de resultados satisfatórios e seleção de escopo para participação. Também estão disponíveis outras informações relevantes para laboratórios acreditados ou postulantes a acreditação.

Desafios Comuns ao implantar a rotina de Ensaio de Proficiência

Mas, quais são os desafios para que a participação em PEPs seja parte da rotina do laboratório?

Alguns desafios são comuns aos laboratórios que podemos citar são:

  • Acompanhar os programas disponíveis no mercado, conforme escopo do laboratório;
  • Custos relacionados à participação do PEP para o escopo do laboratório;
  • Tempo necessário para a participação em um PEP e obtenção dos resultados;
  • Identificar a causa de problemas quando resultados insatisfatórios são obtidos;
  • Planejamento adequado e cumprimento desse planejamento.

A participação em PEPs, de forma sistêmica, e a utilização dos resultados para promover melhorias ainda é um desafio para os laboratórios.

São diversos os caminhos que um laboratório pode buscar para participar de PEPs. O NIT-DICLA-026 apresenta as seguintes formas:

  • PEPs organizados por provedores de EP, programas de EP e comparações interlaboratoriais constantes no banco de dados EPTIS, preferencialmente os que declaram avaliação independente;
  • PEPs organizados por laboratórios acreditados para o ensaio, calibração ou exame objeto da atividade de EP;
  • Comparação interlaboratorial organizada por iniciativa própria com laboratório(s) acreditado(s) para o ensaio, calibração ou exame objeto da comparação ou, na falta comprovada destes, com laboratórios não acreditados;

Passos para a Implementação de Ensaio de Proficiência

O laboratório precisa realizar algumas etapas para participar de um PEP de forma adequada. Assim, ele pode conseguir comprovar sua competência, seguindo recomendações e requisitos da ISO 17025 e documentos normativos e orientativos do CGCRE.

Podemos considerar as seguintes etapas:

  1. Definir um escopo ou a parte significativa do escopo;
  2. Selecionar um provedor de PEP que cumpre os requisitos do CGCRE;
  3. Contratar o programa junto ao provedor;
  4. Participar do programa realizando a calibração ou ensaio conforme recomendação do provedor;
  5. Receber o relatório prévio e final do provedor;
  6. Analisar o resultado para avaliar se é satisfatório ou insatisfatório;
  7. No caso de resultados insatisfatórios tomar ações e repetir o PEP.

Ensaio de proficiência: avaliando e garantindo a melhoria contínua

A participação em PEPs é um requisito obrigatório para a acreditação de laboratório. Mas, também é uma ferramenta poderosa para laboratórios que buscam a melhoria contínua de resultados e processos.

A análise profunda dos resultados, em especial de resultados insatisfatório, pode ser uma forma de gerar insights muito relevantes. Estes dados também servem como base de comparação concreta do laboratório com o mercado, visando avaliar o seu nível de qualidade em relação aos seus concorrentes.

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