ISO 17025: Mitigar riscos em laboratórios

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Lincoln Kurihara

Lincoln Kurihara

É em situações como esta crise, causada pelo Coronavírus, que conseguimos avaliar de fato quanto temos nos dedicado para a gestão da qualidade, processos, criação de valor e mitigação de riscos em laboratórios.

Fica evidente que temos grandes impactos em toda a cadeia de um laboratório. Vemos falta de insumos, baixa de pessoal, atrasos em entregas de serviços, entre outros problemas que afetam nosso resultado final. Isso pelos mais diversos motivos.

Mas a questão é, o que fazer para diminuir ao máximo esses impactos? Ou melhor, o que poderíamos ter feito antes para diminuir ao máximo esses impactos? Sem dúvida ainda temos tempo para mitigações, porém não há como negar que ações prévias teriam ajudado em muito os laboratórios e seus times a enfrentarem esse período com mais tranquilidade.

Olhar para clientes e colaboradores

Antes de mais nada devemos sempre focar naquilo que gera valor ao nosso cliente interno e externo. Isso nos permite enxergar aquilo que realmente deve ser feito e enxugar todo o restante de forma a garantir um processo limpo e eficiente.

Hoje temos muita tecnologia a disposição para tornar o processo mais eficiente e rápido. Dependemos cada vez menos das pessoas para a execução de atividades rotineiras e repetitivas. 

A automação de controles e etapas é um passo importante para se pensar. Além da redução de falhas, em uma situação de crise esses processos não sofreriam perdas de produtividade.

Após esses pontos iniciais, entra em cena uma peça fundamental nesse quebra cabeças, as pessoas. Nem tudo pode ser automatizado e aqui estamos falando das etapas mais importantes, onde se usa o raciocínio, a análise crítica de tudo o que foi automatizado. 

Será que avaliamos devidamente a quantidade e o nível de treinamento de nosso pessoal para ganharmos versatilidade e robustez em nossos processos?

Um exemplo simples seria a quantidade de analistas treinados para executar análises em uma determinada técnica. Isso faria com que, no dia-a-dia o laboratório tenha condições de cumprir os prazos acordados mesmo com colaboradores em férias, mas até onde essa flexibilidade vai? Será que foi o suficiente para uma pandemia? 

Esse questionamento mostra o pensamento baseado em riscos e, com a evolução da qualidade, é natural que surjam esses tipos de perguntas. Pensando no nosso caso atual, essa versatilidade permitiria absorver os impactos de uma súbita baixa de pessoas, se necessário fosse.

Pensamento baseado em riscos

É claro que ninguém poderia ter previsto uma pandemia com estas proporções, mas podemos e devemos pensar em possibilidades como por exemplo um incêndio nas instalações. O que fazer nesses casos? 

Com isso desenhado, o tempo de reação seria muito menor e, embora não elimine os problemas, estes serão os menores possíveis. Muitos já perceberam que se estivessem melhor preparados não só teriam menos perdas como teriam ganhado uma nova fatia do mercado ao aproveitar a “oportunidade” que a crise trouxe à todos.

Veja que algumas das soluções podem ser aplicadas no cenário atual. Poderíamos ter previsto a possibilidade de terceirização de análises em um incêndio, o que seria útil no caso da pandemia, pois poderíamos terceirizar de pronto uma análise que não temos condição de executar, seja por falta de pessoal ou de insumos. Isso por que já teríamos um parceiro homologado para isso. 

Outro ponto seria ter um segundo método validado para uma análise de um parâmetro crítico para minha empresa. Um segunda opção para continuar entregando, apesar de tudo. Estes são apenas alguns exemplos.

A importância da confiabilidade e qualidade

A última versão da Norma ISO 17025 já traz essa visão baseada em riscos. A gestão de qualidade, processos, criação de valor e mitigação de riscos em nosso laboratório precisa ser uma prática diária e com a contribuição de todos os colaboradores. 

É muito importante que isso tenha abrangência em todos os níveis hierárquicos para que a maioria das ações possam ser preventivas e não corretivas. Afinal, sob nenhuma hipótese, um laboratório pode correr o risco de perder a qualidade e confiabilidade em seus resultados, independente de pandemia.

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