O risco do laboratório está na medida certa?

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Andreia Maia

Andreia Maia

Muito se fala de riscos, mas o risco está relacionado com tudo em nossas vidas, todos os dias precisamos tomar decisões sobre os riscos com que nos deparamos.

Se nós pararmos para pensar, a vida é cheia de riscos. Existem riscos relacionados a respiração. Você sabia que a poluição do ar é responsável por sete milhões de mortes ao ano? Também existem riscos associados ao que comemos. Doenças relacionadas a comida são responsáveis por 11 milhões de mortes ao ano. Até mesmo viajar tem riscos, acidentes de carro causam 1,35 milhões de mortes ao ano.

Têm situações que estão no nosso controle e precisamos saber qual é o risco para podermos agir de forma apropriada.

O que exatamente é risco? Nem sempre é fácil entender, já que risco pode significar diferentes coisas para diferentes pessoas em diferentes contextos. Em termos muito simples o risco é o produto da probabilidade de alguma coisa acontecer, ou seja, a chance dessa coisa acontecer e a sua consequência, ou seja, o quanto o impacto pode ser ruim.

Os riscos só são importantes para nós quando estão conectados aos nossos objetivos e podem com isso gerar efeitos da incerteza na ocorrência de eventos que podem impactar os objetivos de forma positiva ou negativa.

A gestão de riscos é um processo composto por atividades coordenadas, por meio de adoção de melhores práticas, políticas e metodologias dedicadas a identificar e gerenciar eventos que podem afetar potencialmente os objetivos.

A gestão de riscos oferece informações ao gestor do laboratório que precisam ser consideradas, para auxiliá-los na tomada de decisão levando em conta as incertezas e a possibilidade de eventos futuros, bem como os efeitos sobre os objetivos.

Um ponto de atenção: a gestão de riscos deve ser efetivada pela alta administração, pelo laboratório e por todos que trabalham.

Sua eficácia é dada pelos muitos aspectos que envolvem direta e indiretamente o seu laboratório, tanto nos aspectos internos quanto externos.

Então vamos trabalhar com o que conseguimos medir e analisar?

Olhe para a estrutura organizacional; para os recursos humanos; estratégias; cultura; processos e tecnologia.

Olhando para os aspectos acima é possível enxergar que um risco pode se originar em uma parte da organização/laboratório, mas impactar em uma área diferente. Ao identificarmos e gerenciarmos esses riscos em toda a organização/laboratório buscamos sustentar e melhorar o desempenho. Quando o laboratório tem os riscos mapeados os benefícios são muitos, um deles é melhorar a aplicação de recursos, permitindo avaliar as necessidades gerais, priorizar e aprimorar os recursos, outro ponto é reduzir surpresas e custos ou perdas relacionadas e suportar na tomada de decisão.

Pontos de atenção:

1 – Gestão de risco não é uma função ou um departamento e sim à cultura, as capacidades e práticas que o laboratório pratica, é preciso implementar essa cultura sempre relacionando os riscos daquele processo.

2- A gestão de risco não é uma simples lista de riscos e sim práticas que o laboratório implementa para gerenciar a ativamente os riscos.

3 – A gestão de risco vai além de um controle interno, uma vez que envolve fornecedores, clientes e vários processos que muitas vezes não são do laboratório, mas podem causar impactos.

A dica é criar um comitê que possa identificar, classificar, sugerir tratamentos e acompanhar os pontos sensíveis, nunca esquecendo de incluir nesse grupo pessoas que atuam diretamente na atividade.

Vamos ver como podemos aplicar a gestão de risco no seu laboratório de ensaio e calibração?

  • 1° etapa: Identifique os riscos. Defina os objetivos de longo, médio e curto prazos, os processos críticos do laboratório, resultados válidos e não válidos, planos de calibração, plano de manutenção, questões de segurança, EPIs, base de dados dos clientes se estão usando medidas para LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, pesquisas de satisfação de clientes, não-conformidades, análises críticas do sistema, ações corretivas, auditorias internas.
  • 2° etapa: Classifique os riscos onde compreendemos a sua natureza e determinamos as causas.
  • 3° etapa: Avaliar a exposição do laboratório frente os processos executados e sua interface com outras áreas.
  • 4° etapa: Criar um plano de ação corretiva para tratar os potenciais e/ou reais riscos com objetivo de corrigir as vulnerabilidades encontradas.
  • 5° etapa: Deve ser testar a efetividade das ações propostas, utilizando o plano de ação corretiva para acompanhar e se possível checando com uma auditoria.
  • 6° etapa: Monitorar o andamento das ações em conjunto com as áreas envolvidas.

O conjunto desse processo é o mapa de risco, no entanto sabemos que essas etapas nada mais é do que a ferramenta da qualidade PDCA. Deming dizia “Um objetivo sem método não faz sentido”.

Uma vez que você define a estratégia do seu laboratório para montar o mapa de risco é importante iniciar com a seguinte pergunta: O que poderia afetar a relevância e a viabilidade do laboratório?

Depois das perguntas respondidas você saberá quais são os processos críticos.  Assim, quais devem ser priorizados e com isso identificando os eventos que podem impedir ou prejudicar o seu alcance.

Pontos de atenção para finalizar a análise de risco do seu laboratório.

Então, Os riscos positivos não devem ser esquecidos, pois devem ser entendidos como oportunidades, aprendizagem e potenciais ações corretivas.

Por fim, o controle do seu risco precisa ser do tamanho da realidade do seu laboratório. Atenção para não criar algo que possa paralisar as atividades, observe sempre a probabilidade do impacto de acontecer.

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