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Bom, já publicamos um artigo aqui no blog falando um pouco sobre a diferença entre calibrações e verificações de instrumentos, no qual damos uma introdução sobre o tema. No post de hoje vamos explorar um pouco mais esse assunto, nos aprofundando sobre a verificação intermediária, pelo fato de ser uma das mais conhecidas, mas também vamos conhecer outros tipos.
Verificação periódica ou intermediária
Um dos tipos mais conhecidos de verificação é aquela que ocorre no intervalo entre duas calibrações.
A verificação periódica é um processo que ocorre no lugar onde o instrumento está instalado e, em alguns casos, ocorre em intervalos específicos, que são definidos no procedimento de metrologia da indústria. Esses períodos são fixados por regulamentos ou conforme o interesse do proprietário do instrumento.
A portaria 154/2005 (que tem por objetivo estabelecer regras e procedimentos a serem adotados na execução e na cobrança dos serviços metrológicos no território nacional), no item 5.2 diz que:
Todo instrumento de medição novo ou renovado, após sua colocação em uso no local da instalação, estará sujeito a verificação periódica, conforme previsto na regulamentação técnica metrológica aplicável para a categoria do instrumento de medição.
Esse processo normalmente é realizada por órgãos acreditados do INMETRO, mas também pode ser realizada pela própria indústria, se ela tiver capacidade técnica para executar esse procedimento.
Porque realizar verificações intermediárias?
Dentre os motivos para realizar verificações intermediárias estão:
- Garantir que o instrumento está em perfeitas condições de operação;
- Identificar se o instrumento está dentro dos limites de aceitação (erro, incerteza, etc);
- Identificar se as características não foram alteradas (etiquetas de controle, peças, estado de conservação e manutenção);
- Verificar se os resultados da calibração continuam válidos.
Além disso, a verificação intermediária pode ser usada como base para ajustar a periodicidade de calibração do instrumento, ajudando a garantir a conformidade do produto!
Isso é necessário porque a periodicidade de calibração que é definida para o instrumento novo sofre alterações ao longo do tempo. Essas alterações se devem a uso inadequado do operador, exposição do instrumento a ambientes inapropriados para ele, uso excessivo, entre outros fatores.
Veja como isso funciona na prática
Imagine que você utiliza uma câmara fria para armazenar vacinas. Então, a temperatura dessa câmara deverá estar entre 2°C e 8°C para que as vacinas continuem com sua eficácia imunológica ativa.
Agora imagine que você utiliza um termômetro para controlar a temperatura das vacinas, e que a frequência de calibração dele é de doze meses.
Se, no primeiro mês após a calibração, a variação entre as temperaturas ultrapassar um limite tolerável (digamos que seja ±0,5°C), o uso desse termômetro será inadequado conforme o critério de aceitação estabelecido.
Nesse caso, o erro maior que o permitido só seria descoberto na próxima calibração, ou seja, depois de onze meses. Em todo esse tempo, é possível que tenham sido entregues vacinas sem efeito algum ou até mesmo com problema de contaminação, por exemplo.
Agora, se o proprietário do termômetro realizar uma verificação periódica a cada dois meses, poderá descobrir a variação do instrumento mais cedo realizar os ajustes necessários. Isso reduzirá o período de inconformidade do instrumento de doze meses para dois meses.
Outros tipos de verificação
Além da verificação intermediária, existem outros tipos de verificação destinadas ao mesmo propósito: dar maior confiabilidade metrológica e garantir a adequação do instrumento à sua finalidade.
Vamos conhecer algumas delas:
Verificação inicial
É o momento em que o fabricante ou importador apresenta o instrumento ao INMETRO para uma avaliação técnica com a finalidade de verificar se ele atende às exigências regulamentares, como por exemplo, se o instrumento está ligando/desligando.
Segundo o INMETRO:
Com vistas a proteger o cidadão brasileiro, todo instrumento de medição regulamentado pela Diretoria de Metrologia Legal do Inmetro (DIMEL), antes de ser produzido, comercializado ou instalado para uso, deve ser submetido ao controle legal: aprovação de modelo, verificação inicial e verificação subsequente.
Então, quando o instrumento tem seu modelo aprovado (atende aos primeiros requisitos), ele deve ser submetido à uma verificação inicial antes de ser comercializado ou instalado.
Esse processo é feito por um órgão acreditado do INMETRO e pode ser realizado no local em que o instrumento será utilizado. Vale ressaltar que após essa verificação, o instrumento receberá um selo do órgão fiscalizador.
Verificação subsequente
Mesmo depois do instrumento ser comercializado e estar no local de uso, ele pode ser submetido a outros tipos de verificação, que são chamadas de verificações subsequentes. Essas verificações são divididas em três tipos: a verificação periódica (sobre a qual nós conhecemos um pouco mais no início do texto), a verificação após reparo e a verificação voluntária.
- Verificação após reparo: ocorre sempre que o instrumento passar por algum reparo, conserto ou manutenção;
- Verificação voluntária: é realizada quando surge alguma desconfiança por parte do proprietário em relação às medições do instrumento e não precisa ser próximo a data de verificação ou calibração daquele instrumento.
As verificações ajudam a ter processos mais confiáveis
As verificações fazem parte do processo metrológico para complementar a calibração dos instrumentos, e apesar de ser um processo mais simples do que a calibração, tem igual importância.
Com um processo de verificação bem definido e executado, você vai tornar suas operações mais confiáveis por meio da antecipação de alguns problemas e prejuízos decorrentes da perda de confiabilidade metrológica dos instrumentos.
Esperamos ter lhe ajudado com esse artigo, e se tiver alguma dúvida você pode deixa-la nos comentários. Até a próxima!
1 comentário em “Por que as verificações de instrumentos são tão importantes quanto as calibrações?”
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