ISO 17025:2017 – 6.4 Equipamentos (Parte 1)

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Ana Cláudia Marquardt

Ana Cláudia Marquardt

As pessoas que trabalham em processos metrológicos contam com o auxílio de diversos equipamentos para possibilitar a execução das atividades. Um exemplo disso é que para realizar uma calibração, o mínimo necessário é o instrumento a ser calibrado, um padrão de referência e algum sistema para realização dos cálculos.

Hoje em meu artigo falarei sobre o requisito 6.4 – Equipamentos da ISO 17025:2017, que se refere justamente a todas as ferramentas que o laboratório de metrologia necessita para realizar suas atividades.

Como esse item é um pouco extenso, hoje vou falar apenas dos requisitos que se referem à obtenção, utilização e os cuidados que o laboratório deve ter com os equipamentos. No próximo artigo falarei sobre o plano de calibração e verificação dos instrumentos do laboratório.

O primeiro passo é ter acesso aos equipamentos (6.4.1)

O item 6.4.1 é o primeiro do requisito 6.4 – Equipamentos, e ele trata de algo muito importante: o laboratório deve ter acesso a todos os equipamentos necessários para realização de suas atividades. Afinal, não podemos falar sobre os requisitos de equipamentos, sem os possuir, não é mesmo?

A norma cita como exemplo os instrumentos de clientes que passarão pelo ensaio ou calibração, os padrões de referência do laboratório, entre outros. Ou seja, esse item determina que as pessoas envolvidas nas atividades de laboratório tenham acesso a tudo que elas precisam para trabalhar.

Mantenha os instrumentos organizados (6.4.8)

Como nesses “equipamentos” se enquadram todos os instrumentos (e ferramentas como software, planilhas, calculadora, etc) que o laboratório precisa para conseguir trabalhar, já imaginamos a quantidade de itens que compõem essa lista, certo?

Não ter uma boa organização desses equipamentos acaba prejudicando as atividades do laboratório, que perde muito tempo em localizar algum instrumento e descobrir se ele está apto ou não para o uso.

Com isso, o item 6.4.8 da ISO 17025:2017 trata justamente sobre manter a ordem em seus equipamentos. O meio mais comum e mais prático de fazer isso é com etiquetas, mas a norma também fala de identificação e codificação dos equipamentos e dá liberdade para o laboratório encontrar outras formas para fazer isso.

Essa identificação serve para garantir que qualquer pessoa saiba rapidamente algumas informações sobre o equipamento. Existem diversas informações que podem constar na etiqueta e isso varia de acordo com a sua realidade, mas o mínimo exigido pela norma é:

  • Código do instrumento;
  • Situação (apto ou inapto para o uso);
  • Validade da calibração.

E se algum equipamento estiver danificado? (6.4.9)

Ainda falando sobre codificação e identificação dos equipamentos, a norma fala em seu requisito 6.4.9 que se algum instrumento for danificado, apresentar alguma falha ou ter resultados duvidosos, ele deve ser imediatamente retirado de uso e devidamente etiquetado para que ninguém utilize. Isso evita que os resultados sejam prejudicados por utilizar algum instrumento ou padrão que não estava liberado para o uso.

Assim que o instrumento passar pela manutenção e uma nova calibração, e for garantido que ele está apresentando resultados coerentes, ele poderá retornar à utilização. Obviamente, sua etiqueta de identificação deve ser atualizada para que o status esteja correto.

Garanta que os equipamentos serão utilizados do jeito certo (6.4.3)

Além de ter os equipamentos organizados e disponibilizar acesso para as pessoas que vão precisar deles, o requisito 6.4.3 prevê que o laboratório tenha documentados todos os procedimentos para manuseio, utilização, manutenção, armazenamento e transporte.

Para fazer isso, o departamento técnico precisa se reunir e discutir experiências com o uso dos equipamentos e levar em consideração as especificações do fabricante de cada um deles. Assim você conseguirá criar um procedimento que leve em conta as indicações do fabricante, mas que caiba na rotina e no contexto do seu laboratório.

Esses documentos te ajudarão a garantir que as pessoas envolvidas irão utiliza os equipamentos da forma certa, sem causar danos nos equipamentos ou invalidar os resultados metrológicos.

Três passos para ter uma base sólida

Se você leu até aqui, percebeu que eu não falei dos itens na ordem da norma, certo? Eu fiz isso porque acredito que dessa forma criamos uma espécie de ordem dos acontecimentos: indo desde a aquisição dos equipamentos, passando pela identificação e codificação deles e chegando até os procedimentos para garantir a boa utilização.

Esses três passos são simples e servem como base para as atividades metrológicas. Sem eles o laboratório não tem noção do seu escopo de trabalho, sem saber, por exemplo, se possui todos os equipamentos que precisa para realizar cada tipo de serviço. Prestando atenção nesses itens, o laboratório terá uma base sólida para evoluir nos outros itens do requisito 6.4.

No próximo artigo falarei sobre os requisitos de calibração e verificação intermediária dos instrumentos que contribuem para os resultados metrológicos.

Até mais. 😉

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