Grau de Proteção IP: entenda e aplique no seu dia a dia

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Victor Assis

Se você trabalha com metrologia, provavelmente já ouviu falar em grau de proteção IP. Mas, se for sincero, talvez nunca tenha parado para refletir no impacto direto desse conceito no seu dia a dia. 

Afinal, ao calibrar instrumentos, a proteção contra agentes externos não é apenas detalhe técnico: é condição básica para que os resultados sejam confiáveis

Seja ao planejar a rastreabilidade de medições ou garantir a confiabilidade de equipamentos. 

Neste artigo, vamos explicar: 

  • O que é grau de proteção IP e por que ele importa; 
  • Como interpretar a tabela grau de proteção IP
  • Exemplos práticos de IP 54 e IP 65 no contexto da metrologia; 
  • A relação direta entre grau de proteção IP e rastreabilidade metrológica
  • Dicas para aplicar esse conhecimento no seu dia a dia de gestor ou analista. 

O que é grau de proteção IP? 

O grau de proteção IP (Ingress Protection) é uma norma internacional (IEC 60529) que classifica e padroniza o nível de proteção de equipamentos contra: 

  1. Objetos sólidos e poeira (como partículas, ferramentas ou até o dedo humano). 
  1. Umidade e água (respingo, jato ou até imersão). 

A sigla IP é seguida de dois números: 

  • O primeiro dígito indica o nível de proteção contra sólidos. 
  • O segundo dígito indica o nível de proteção contra líquidos. 

Por exemplo: IP54 diz respeito à proteção contra poeira limitada (não totalmente vedado) e contra respingos de água. 

Em outras palavras: o IP é como um “RG de resistência” de qualquer equipamento. 

Como interpretar a tabela grau de proteção IP 

A tabela de grau de proteção IP é a chave para entender de fato o que cada código significa. 

Primeiro dígito (proteção contra sólidos) 

Segundo dígito (proteção contra líquidos) 

Exemplo prático: IP65 grau de proteção  

  • O “6” significa que o equipamento é totalmente protegido contra poeira. 
  • O “5” significa que resiste a jatos d’água de baixa pressão. 

Exemplos práticos no dia a dia da metrologia 

Agora que já entendemos a teoria, vamos trazer isso para o mundo real. 

1. Equipamentos em laboratórios de calibração 

Imagine que seu laboratório possui instrumentos que precisam operar em ambientes limpos, mas próximos a áreas onde há poeira em suspensão. Um IP54 grau de proteção já seria suficiente para evitar contaminações que comprometam a medição. 

2. Instrumentos em chão de fábrica 

Agora pense em um paquímetro digital usado em uma linha de produção onde há óleo, partículas metálicas e respingos de água. Nesse caso, a escolha ideal seria um equipamento IP65 grau de proteção, pois a poeira não pode entrar e os respingos não irão danificá-lo. 

Ao realizar calibrações em ambientes externos, como hidrômetros instalados em rede pública, a tabela grau de proteção IP é fundamental. Instrumentos com IP67 podem suportar até mesmo imersão temporária, garantindo confiabilidade em medições mesmo sob chuva intensa. 

Conexão com a rastreabilidade metrológica 

Mas o que isso tem a ver com rastreabilidade? Simples, a rastreabilidade só existe se a medição for confiável. Se um instrumento sofre interferência porque não tinha o grau de proteção IP adequado, todo o histórico de rastreabilidade é comprometido. 

  • Um termômetro digital com IP inadequado pode falhar em ambientes úmidos. 
  • Um calibrador de pressão pode dar valores incorretos se contaminado por poeira. 
  • Um medidor de vazão pode ser danificado por respingos de água. 

Ou seja, investir em equipamentos com grau de proteção IP correto é investir em rastreabilidade robusta e em decisões seguras baseadas em dados confiáveis. 

Como escolher o grau de proteção IP adequado? 

Para não errar, siga este passo a passo: 

1 – Avalie o ambiente de uso 

Antes de qualquer decisão, é importante observar onde o instrumento será utilizado. Se for em ambientes internos controlados, como laboratórios, normalmente não há necessidade de níveis muito altos de proteção.  

Já em áreas externas, no chão de fábrica ou em locais com presença de poeira, óleo, respingos de líquidos ou até risco de imersão, será necessário um grau de proteção mais elevado para que o equipamento resista às condições sem comprometer as medições. 

2 – Defina a criticidade da medição 

Outro ponto essencial é refletir sobre a importância daquela medição para o processo. 

Se os resultados impactam a rastreabilidade, a segurança ou a tomada de decisão estratégica, o instrumento precisa ter maior resistência, o que exige um IP mais alto. 

Já em medições de rotina, em ambientes com menos riscos, é possível optar por equipamentos com grau de proteção mais simples, sem comprometer a qualidade. 

3 – Considere a durabilidade esperada 

Também é preciso pensar no equilíbrio entre custo e benefício. Instrumentos com grau de proteção mais elevado costumam ser mais caros, mas oferecem maior vida útil e menor risco de falhas ou substituições precoces.  

Em alguns casos, pagar mais no início pode significar uma economia considerável ao longo do tempo, principalmente quando falamos de instrumentos usados de forma intensa em ambientes hostis. 

4 – Consulte a tabela de grau de proteção IP 

Por fim, nunca deixe de verificar a tabela de referência antes de adquirir ou especificar um novo equipamento. Esse hábito simples garante que o modelo escolhido seja realmente adequado para o ambiente e para a aplicação. Muitas falhas de confiabilidade poderiam ser evitadas apenas com essa checagem prévia. 

Erros comuns ao lidar com grau de proteção IP 

Mesmo sabendo da importância do grau de proteção IP, muitas empresas ainda cometem falhas recorrentes. Conhecer esses erros ajuda a evitá-los no seu laboratório ou chão de fábrica: 

  • Achar que IP alto resolve tudo: Nem sempre o grau máximo é necessário. Um IP68 pode ser ótimo, mas pode significar custo desnecessário em alguns casos. 
  • Ignorar o ambiente real: Muitas vezes, na compra, o foco está apenas no preço. Depois, o instrumento falha no uso prático. 
  • Não treinar a equipe: Saber ler a tabela grau de proteção IP deveria ser conhecimento básico de qualquer analista ou gestor de metrologia. 

Dicas práticas para o seu dia a dia 

Além de evitar erros, algumas práticas simples podem tornar sua rotina mais eficiente quando o assunto é IP: 

  • Crie um inventário dos equipamentos e registre o grau de proteção IP de cada um. 
  • Inclua a checagem do IP nas especificações ao adquirir novos instrumentos. 
  • Relacione o IP dos instrumentos com os planos de calibração e manutenção preventiva

Grau de proteção IP é detalhe que muda o jogo 

O grau de proteção IP  é um fator determinante para a confiabilidade dos instrumentos que você usa no dia a dia. Não se trata apenas de um código técnico. 

Ignorar a tabela de grau de proteção IP pode parecer inofensivo, mas na prática pode significar perda de rastreabilidade, retrabalho e até prejuízos financeiros

Se você é analista ou gestor de metrologia, comece a olhar para o IP como um investimento em confiabilidade e rastreabilidade

E agora que você já domina o tema, a dica é: revise seus equipamentos, verifique seus graus de proteção e garanta que estejam adequados ao ambiente onde são usados. Sua rastreabilidade e seus resultados agradecem. 

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