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Um dos erros mais comum ao realizar uma medição é acreditarmos que o valor obtido é “exato”. O resultado de medição é apenas uma estimativa da grandeza que queremos medir, ou seja, o resultado de uma medição é apenas uma aproximação e nunca será “exato”.
Para que uma medição possa ser considerada sem erros, seria necessário que tivéssemos um instrumento perfeito, sem erros e invariável no tempo, um operador que não cometesse erros, uma condição ambiental perfeitamente estável e um mensurando que não se alterasse em nenhuma condição. Na prática todas essas condições são impossíveis.
Mas, como podemos confiar em uma medição?
O ISO GUM, guia internacional para avaliação da incerteza de medição, destaca em sua introdução que um resultado de uma medição deve ser acompanhado de um indicador da qualidade do resultado, ou seja, a incerteza de medição.
“Quando se relata o resultado de medição de uma grandeza física deve-se sempre dar alguma indicação quantitativa da qualidade do resultado, de forma que aqueles que o utilizam possam avaliar sua confiabilidade”
Para que um resultado de uma medição seja considerado completo é necessário apresentar o valor da incerteza de medição associada a esse resultado. Somente quando apresentamos o valor da incerteza da medição é que podemos ter alguma informação relevante sobre aquela medida.
E ainda, só podemos utilizar um resultado para comparação a requisitos definidos, outras medidas, ou declarar a conformidade de um produto ou processo quando temos o resultado de uma medição apresentado com sua incerteza.
Avaliando a incerteza de medição
Toda medição começa com a definição do que queremos medir, o mensurando. E o processo de avaliação da incerteza de medição começa com a definição da equação de medição. A equação de medição é a representação matemática da medição e deve contemplar todas as fontes de incertezas conhecidas, as grandezas de entradas.
Definir a equação de medição pode ser um processo muito simples ou extremamente complexo, dependendo do método de medição e do nível de exatidão requerida para o resultado da medição. A definição da equação de medição deve ser realizada por uma pessoa com conhecimento do processo de medição e dos conceitos e fundamentos relacionados a avaliação de incerteza de medição.
Ignorar uma fonte de incerteza ou tratar a avaliação da incerteza de uma forma simplificada pode gerar um alto risco para a qualidade do processo de medição.
Na prática, temos muitas fontes de incerteza em uma medição, todos os elementos de um processo de medição podem gerar variações e afetar a qualidade do resultado da medição, podemos considerar alguns exemplos:
- definição incompleta do mensurando;
- realização imperfeita da definição do mensurando;
- amostragem não representativa – a amostra medida pode não representar o mensurando definido;
- conhecimento inadequado dos efeitos das condições ambientais sobre a medição ou medição
- imperfeita das condições ambientais;
- erro de tendência pessoal na leitura de instrumentos analógicos;
- resolução finita do instrumento ou limiar de mobilidade;
- valores inexatos dos padrões de medição e materiais de referência;
- valores inexatos de constantes e de outros parâmetros obtidos de fontes externas e usados no
- algoritmo de redução de dados;
- aproximações e suposições incorporadas ao método e procedimento de medição;
- variações nas observações repetidas do mensurando sob condições aparentemente idênticas.
Em acordo com o ISO GUM, após definir as fontes e a equação de medição, temos duas formas para avaliar a incerteza de medição, avaliação Tipo A e avaliação Tipo B. A avaliação Tipo A considera o uso de estatísticas para obter a incerteza padrão, tais como desvio padrão, variância, desvio padrão da média. A avaliação do Tipo B considera outras fontes não estatísticas para obter a incerteza padrão, esse método depende de conhecimento a priori dos princípios físicos e químicos envolvidos na medição.
O Metroex pode ajudar.
Entenda, como a tecnologia pode facilitar a avaliação de incerteza de medição?
O uso de tecnologias adequadas e preparadas para avaliação da incerteza de medição pode facilitar muito. A tecnologia do Metroex, por exemplo, conta com uma inteligência de programação que permite definir sua equação de medição e associar as fontes de incerteza a partir de informações previamente cadastradas na base de dados.
O Metroex considera as informações relacionadas as condições de medição, aos equipamentos padrões utilizados, as repetitividades das leituras, permitindo que o laboratório realize a programação de sua equação de medição e considere os métodos de avaliação Tipo A e Tipo B, através do uso de funções e comandos pré-definidos e configurados no sistema.
Com essas funções e comandos o processo de avaliar e calcular a incerteza de medição fica muito mais simples, evitando a necessidade de planilhas, eliminando o cálculo de curvas de correções de padrões, facilitando a identificação das fontes de incerteza, a definição e o entendimento da equação de medição. Também possibilita o depuramento de valores e testes prévios do resultado da incerteza de medição avaliada.